quarta-feira, 2 de maio de 2018

Colesterol Elevado

O colesterol elevado no sangue, denominado por Hipercolesterolemia, é um distúrbio comum na sociedade moderna, cada vez menos activa fisicamente e com uma alimentação mais desequilibrada. Considera-se colesterol elevado quando a sua concentração sérica (no sangue) ultrapassa as 190mg/dl. No entanto, é necessário perceber que nem sempre mais é pior e que nem sempre menos é melhor... É necessário perceber a importância não só do Colesterol Total, mas acima de tudo da relação entre HDL e LDL!

Simplificando alguns pontos importantes acerca do Colesterol:

  • Maioritariamente, os níveis elevados de colesterol são de origem hepática 
  • Existem as proteínas transportadoras LDL e HDL, as LDL depositam colesterol nos tecidos e HDL encaminham-no ao fígado para ser destruído, aos valores conjuntos das LDL/HDL denomina-se de Colesterol Sérico Total 
  • O colesterol é necessário ao organismo, em níveis equilibrados <190 mg/dl de Colesterol Sérico Total
  • Excesso de colesterol oxidado associa-se a doenças cardio-vasculares, mais grave que o ter excessivamente alto é tê-lo oxidado!
  • Falta de colesterol pode ser mais grave que excesso, já que influencia directamente a produção de hormonas esteróides, funções cognitivas, reprodutoras, funções celulares diversas (ex. membranares), entre outros distúrbios...

Nas últimos anos tem sido levantada a questão (já relativamente debatida entre colegas Naturopatas e Homeopatas) de o Colesterol não ser um inimigo, mas sim, um recurso que o organismo usa para a reparação dos tecidos inflamados. Ora, isto é, numa linguagem própria da Medicina Natural um estado de "Febre Interna", uma inflamação crónica dos tecidos devido a irritações diversas causadas essencialmente por abuso de açúcar, alimentos processados, carne de porco, excessos alimentares, álcool, excesso de Omega 6 que é precursor do ácido araquidónico, um Inflamatório por natureza (não confundir com o Omega 3), etc. Portanto, nesta linha de pensamento o Colesterol não é o problema, o problema está naquilo que o faz subir mencionado anteriormente, a "Febre Interna".

Não obstante, para todos os que desejam diminuir esse sintoma (hipercolesterolemia) podem muito bem fazê-lo de forma MUITO MAIS SEGURA E NATURAL, em vez de simplesmente tomarem as famosas Estatinas! Estatinas que inibem a enzima HMG CoA Reductase e com isso inibem também a produção de Esqualeno(fundamental para o metabolismo e oxigenação celular) e de Coenzima Q10 (fundamental para a saúde Cardiovascular e Mitocondrial). Estas 2 substâncias inibidas pelas Estatinas, são de extrema importância para evitar a tal "Febre Interna", além do que, a alteração metabólica, mitocondrial e de oxigenação dos tecidos, que se dá na falta de Esqualeno e CoQ10, poderá estar certamente envolvida num maior risco de carcinogénese!

De qualquer modo e para os que pretendem baixar o Colesterol de um modo seguro e natural, existem diversas substâncias naturais e eficazes para o efeito! Tais como:

  • Levedura do Arroz Vermelho Fermentado
  • Policosanol
  • Guggul
  • Colina e Inositol
  • Niacina (vitamina B3) 
  • Lecitina de soja granulada com 98% de fosfolipidos
  • Allium sativum
  • Camellia sinensis
  • Omega 3

Vale no entanto, ressaltar, que tanto a Monocolina K presente na Levedura do Arroz Vermelho Fermentado como o Policosanol, são princípios activos naturais que actuam de igual modo às Estatinas farmacológicas, ou seja, inibem também a enzima HMG CoA reductase. Contudo, com um índice bastante inferior de efeitos secundários... O extracto de arroz vermelho fermentado e o policosanol, são suplementos de recurso, ou seja, não deverão ser usados como tratamento de primeira linha! Somente em casos onde se pretenda diminuir rapidamente o nível de colesterol ou em substituição directa aos fármacos à base de Estatinas (e sempre sob supervisão de um Naturopata)!


Eduardo Trancoso (naturopata/homeopata)

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Medicina Natural Vs Medicina Convencional

Dada a tremenda confusão que existe no Público relativamente ao tema, tentarei esclarecer o mais honestamente possível.


Dizem os críticos destrutivos que a Medicina Natural não é científica, ignorando milhares de Estudos Científicos que a corroboram como prática aconselhável. No entanto, esses mesmos críticos acham perfeitamente normal um Fármaco que hoje é tido como seguro, amanhã ser retirado do mercado por ser perigoso! Há aqui incoerências... Dizem que a Homeopatia é magia... No entanto, agora apenas farmácias podem vender "magia" e ervanárias estão proibidas por se tratar de um "Medicamento Homeopático"... Criaram especializações em Acupuntura Médica, apesar de afirmarem que a Medicina Chinesa é uma fraude baseada em crenças! Cada vez mais absorvem o monopólio da Fitoterapia em contraste com acusações de que não faz nada e pode ser perigosa!
Não se pode afirmar que existem duas medicinas e que uma é mais válida que outra, nem tampouco afirmar que uma abordagem terapêutica e de diagnóstico específica é a Medicina na sua totalidade (como fazem os médicos convencionais). Quer-se dizer com isto que nem os Alopatas (medicina convencional; hospitalar), nem os Naturologistas (medicina natural) se podem dar a conhecer como sendo Médicos Absolutos. Medicina é a Arte de praticar a Cura e o bem-estar! Medicina é abrangente a todos os métodos que trabalhem nesse sentido! Ambos têm métodos específicos de diagnóstico, de tratamento e partem ambos de bases científicas! A palavra Medicina deveria representar a fusão de todas as ciências, artes e saberes que promovem a saúde! Medicina não é apenas uma facção desses métodos, quer seja a facção Naturopática, Alopática, Homeopática, Chinesa, Ayurvédica, entre outras! Um praticante de determinado método, não pode afirmar que o seu método é o Único ou o Melhor, ao invés disso, deverá sempre respeitar os restantes métodos, pois poderão mostrar-se tão ou mais eficazes! Equilibrado, seria unir todos os métodos médicos num só “telhado”, pois só conhecendo o potencial do Todo, será possível escolher o método de maior eficácia e menor risco, ou de melhor relação eficácia-risco. O nome do método não é importante, importantes são os factos e a realidade clínica! A ideia que deverá ficar bem interiorizada é: Todas as abordagens de saúde são necessárias! E se houvesse maior diálogo entre as diferentes correntes médicas, haveria por certo um melhor sistema de saúde, menos sobrecarga nas urgências, menos doentes crónicos, mais resultados clínicos! Resultados clínicos são o que na verdade importa, não teorias, não estudos duvidosos, não métodos que estão constantemente a mudar e pelo caminho vão deixando um rasto de mortes e/ou estados mórbidos de saúde!



Convido-vos a colocarem o vosso ponto de vista! Ou a questionarem algo mal percebido!



Eduardo Trancoso (naturopata/homeopata)